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minhões de placa branca. Trabalhávamos sem nota fiscal. Em vezes por semana para dar expediente na sede da ADERJ.
1958, a concessão foi abolida e tivemos que legalizar. Então, Sendo ele um dos protagonistas da histórica fundação
já tínhamos uma rede de varejo com seis lojas e o atacado de de nossa entidade, presente desde a sua primeira hora.
cereais. Era eu quem controlava essas filiais”. Comprometido em tudo o que faz, neste ano em que co-
Em 1963, ganhou parte da sociedade sendo um dos memoramos a solidez dos 30 anos da ADERJ, Hélio, aos
sócios do setor atacadista de secos e molhados, com ven- 70 anos, mantém-se à frente da nossa associação. Mesmo
dedores externos e vários caminhões que abasteciam Pe- tendo que lidar com a dor do luto, ele encontrou ener-
trópolis, Três Rios, Teresópolis e toda Baixada Fluminen- gia para manter-se na presidência da casa, o que o faz ser,
se. Até que em 1977, resolveu ser independente e partiu atualmente, o único dos fundadores que ainda permanece
para o voo solo, quando adquiriu, a Cosme e Damião nos quadros da associação, tendo participado de todas as Hélio Maciel recebe a Medalha
Tiradentes na Alerj, pelas mãos
Comércio e Distribuição Ltda, que completará 50 anos diretorias. “Ainda não penso em aposentadoria”, avisa ele, do deputado Luiz Martins
em 2017. “Eu trabalhava com pronta-entrega. Tinha uma que está em sua segunda gestão na presidência. Também
Kombi que eu mesmo dirigia e vendia, de porta em porta. foi durante muitos anos em varias gestões vice-presidente
Algum tempo depois, já eram 18 Kombis de pronta-en- da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distri-
trega. Anos mais tarde, passei a trabalhar com pré-venda buidores de Produtos Industrializados. E foi como empre- 36/37
e contava com caminhões para abastecer os comercian- sário renomado do setor atacadista distribuidor do Rio de
tes”, orgulha-se Hélio, cuja determinação o fez ser precoce Janeiro que, em 2012 recebeu a Medalha Hipólito da Cos- presente
também na esfera pessoal. No ano de 1971, já com apar- ta, por Mérito Empresárial, e, em outubro de 2015, Hélio desde a
tamento próprio comprado com suas economias, ele se foi contemplado com a Medalha Tiradentes na Assembleia primeira
casou com a psico-pedagoga Márcia, sua namorada des- Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. hora nos
de a adolescência. Hélio tinha 25 anos e ela, 24. “Entre No restante da semana, esse vascaíno de fala mansa e sorriso destinos da
namoro e noivado, foram quase oito anos. Queria estar franco se divide entre a sua empresa, a Cosme e Damião, e a
totalmente estabelecido para me casar, com a vida toda sua residência, no Centro Histórico de Petrópolis. Em seu re- Associação
organizada”, comenta, sorrindo. fúgio na serra, se distrai em seu bosque particular, num grande
E assim foi por mais de quatro décadas. Hélio e Márcia terreno onde recebe a visita de vários animais, como esquilos,
casaram-se jovens, tiveram dois filhos, Mônica e Ricardo, que macacos, jacus e outros pássaros e passarinhos. Sempre que
lhes deram os netos, Lucas, Pedro e Maria Helena. Neste ano possível na companhia dos netos, Pedro e Maria Helena, de 6
Hélio Maciel recebe a de 2016, Hélio precisou encontrar no trabalho e na compa- e 5 anos, respectivamente. “Nos encantamos com os animais
Medalha Hipólito da Costa,
por Mérito Empresarial nhia da família o apoio para superar a saudade de sua mulher, que visitam o bosque, que possui muitas arvores e palmeiras,
em outubro de 2012 a grande companheira da vida inteira, falecida em janeiro. pés de pau-brasil, ipê, de peroba do campo e outros”, conta
“Sem dúvida, o trabalho ajuda a ocupar a cabeça”, justifica esse senhor de cabelos brancos e físico esguio, cuja ótima for-
o gentil Hélio, que desce a serra de Petrópolis de duas a três ma física é mantida com muitas caminhadas.