RIO — O comitê científico da prefeitura do Rio participou nesta quinta-feira de uma reunião com o prefeito Marcelo Crivella para conhecer o plano de reabertura das atividades econômicas. A proposta prevê seis fases. Os intervalos previstos entre as etapas deverão ser de 15 dias, podendo ser encurtados ou prolongados de acordo com os indicadores da doença. Seguindo esse cronograma sem alterações, a vida dos cariocas voltaria ao normal em três meses.
A passagem de uma fase para a outra deverá ser norteada por critérios como números de óbitos e casos confirmados, quantidade de internações e taxa de leitos ocupados. O comitê científico, junto com os secretários de Saúde, da Casa Civil e da Fazenda, além do próprio prefeito, vão chancelar a passagem de uma fase para outra. Se houver retrocesso nos indicadores, nada impede que ocorra um recuo.
Num primeiro momento, será permitido o funcionamento de atividades com maior relevância econômica e menor risco de contágio. Na segunda fase, voltarão as atividades com menor impacto na economia e risco médio de contágio. Assim, seguirão as fases sucessivamente, até chegar às atividades que oferecem o maior risco e que têm o menor peso na economia. Durante a reunião, o prefeito não listou os serviços. Uma nova reunião deverá ser realizada no sábado.
Apesar da retomada, as recomendações de afastamento e uso de máscaras serão mantidas. Também será sugerido o escalonamento nos horários dos trabalhadores para evitar a hora do rush e a aglomeração em estações de transportes públicos. As pessoas dos grupos de risco serão orientadas a permanecer em casa até a última fase .
Risco de retroceder
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj), Sylvio Provenzano, que participou da reunião, avalia que, mesmo sendo feita de forma gradual, a reabertura terá de ser acompanhada para evitar uma nova onda de contágio:
— Temos que ter um cuidado muito grande para não retroceder e desperdiçar todo esse tempo que permanecemos em isolamento.
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Já o infectologista e professor da UFRJ Rafael Galiez avalia que ainda não é o momento para a reabertura. O médico, que participou de reuniões anteriores do comitê científico, mas não esteve na de ontem, avalia que a taxa de transmissibilidade da doença no Rio ainda está mais alta do que o desejável. Segundo ele, um infectado contamina hoje duas pessoas:
— O ideal é que uma pessoa não esteja transmitindo para mais de uma pessoa. Então, ainda não é viável reabrir.