O setor atacadista e distribuidor superou a meta de crescimento estabelecida para 2018, que era atingir 1% de alta no faturamento. A pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), traz mensalmente os dados preliminares da evolução do setor e aponta, em termos nominais, crescimento de +1,35% entre janeiro e dezembro de 2018 na comparação com o mesmo período de 2017. Em relação ao mês de dezembro de 2017, a alta foi de +3,5%. Na comparação mensal, de novembro para dezembro de 2018, o desempenho também foi positivo: +2,05%.
“O ano de 2018 foi difícil, desafiador para todos. Ainda assim conseguimos ter um crescimento modesto. Foram meses muito bons, cheios de boas notícias na área econômica, e outros muito ruins, com eventos como a greve dos caminhoneiros e o período das eleições. Mas, passado o processo eleitoral, começamos 2019 com esperanças renovadas e maior confiança. Agora, temos de transformar essa motivação em realidade e crescer de forma sustentável em 2019”, afirma Emerson Destro, presidente da ABAD.
Em termos reais, o faturamento do setor cresceu 1,9% na comparação mensal entre dezembro e novembro de 2018, completando o terceiro mês consecutivo de crescimento real nessa base de comparação. No acumulado do ano, de janeiro a dezembro, houve queda de -2,27%; em relação ao mês de dezembro de 2017, a queda foi de 0,24%. Todos os números tiveram evolução positiva frente ao mês anterior.
Para o presidente da ABAD, o crescimento consistente virá com a continuidade da redução do nível de desemprego, o que gradativamente deve acontecer. “Estamos na expectativa das reformas estruturantes que o governo deve propor nos próximos meses. Isso vai animar ainda mais os empresários no sentido de fazer investimentos e gerar emprego, disponibilizando renda para o consumo. Somente dessa forma a roda da economia vai começar a girar num ciclo positivo”, avalia, destacando que a expectativa do atacadista distribuidor é crescer em torno de 3% em 2019.
MAIS INDICADORES
INDÚSTRIA 1 – A produção industrial brasileira fechou o ano de 2018 com crescimento de 1,1%. Um ano antes, contudo, havia avançado 2,5%, quando interrompeu três anos seguidos de taxas negativas, apontou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira. Entre novembro e dezembro de 2018, produção industrial registrou expansão de 0,2%, na série com ajuste sazonal. Já a utilização da capacidade instalada subiu 0,5 ponto percentual em dezembro na comparação com novembro, com ajuste sazonal, e encerrou o ano em 77,5%. A média de 2018 ficou 0,2 ponto percentual acima do registrado em 2017.
INDÚSTRIA 2 – O faturamento da indústria teve um aumento real de 1,1% em dezembro, em relação a novembro na série livre de influências sazonais, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) em sua pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta sexta-feira. Foi a segunda alta consecutiva do indicador, que cresceu 4,1% ao se comparar as médias de 2017 e 2018.
EMPREGO – O mercado de trabalho avançou muito lentamente em 2018, com leve queda no desemprego e piora generalizada da qualidade das vagas geradas devido ao ritmo frustrante da economia. A taxa de desocupação ficou em 11,6% no quarto trimestre do ano passado, apenas 0,2 ponto percentual a menos do que um ano antes, segundo a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média do ano, a taxa também andou pouco, caindo de 12,7% para 12,3%. Pelos cálculos dessazonalizados, a dinâmica é ainda mais desfavorável porque houve aumento do desemprego no fim do ano passado.
CONFIANÇA – A confiança empresarial alcança o maior nível desde janeiro de 2014, conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 1,9 ponto em janeiro, perante o mês anterior, para 98 pontos. Foi a quarta alta consecutiva. Na métrica de média móveis trimestrais, o índice avançou 2,2 pontos no mês. Entre os componentes, o Índice de Situação Atual cedeu 0,1 ponto, para 90,9 pontos, após dois meses em alta. Já o Índice de Expectativas (IE-E) avançou pela sétima vez consecutiva, em 1,7 ponto, para 104,5 pontos, o maior nível desde dezembro de 2012 (104,9 pontos).