O SETOR ATACADISTA DISTRIBUIDOR CRESCE 9,8% NO COMPARATIVO DE 2022 E 2023, E FATURA R$ 403,9 BI
Agentes de distribuição respondem por 52,5 % de tudo que é movimentado no mercado mercearil nacional; O ano de 2023 já deu sinais de recuperação na renda e geração de emprego. 2024 promete ser positivo, segundo especialistas.
A ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores) divulgou recentemente os resultados do Ranking ABAD/NielsenIQ 2024 – ano base 2023, que há 30 anos realizada anualmente pela entidade que oferece ao mercado o mais abrangente panorama do segmento atacadista distribuidor nacional, com dados relevantes para todas as empresas que compoem a cadeia de abastecimento no país.
O Rio de Janeiro foi líder em respondentes, 84 empresas participando no Estado.
ATACAREJO X HIPERMERCADOS
Esperava-se que o resultado fosse um pouco mais satisfatório porém ainda assim considera-se que foi um aumento importante pois quebrou o ciclo de quatro anos de recessão. O PIB fechou com alta de 1% no ano passado, quando, inicialmente, a porcentagem prevista era de 2,5%.
Com isso, os agentes de distribuição respondem hoje por uma fatia de 53,6% do mercado mercearil nacional, que compreende produtos de uso comum das famílias, como alimentos, bebidas, limpeza, higiene e cuidados pessoais e atingiu a soma de R$ 261,8 bilhões em 2018. É o décimo segundo ano consecutivo em que a participação do atacado distribuidor nesse mercado permanece superior a 50%.
Os números são apurados a partir de dados fornecidos voluntariamente por empresas do setor associadas à ABAD e analisados pela consultoria Nielsen, em parceria com a FIA (Fundação Instituto de Administração).
O faturamento do atacarejo cresceu 0,8% em 2018, consolidando esse modelo como importante canal de abastecimento das famílias neste período de alto desemprego e busca por economia. “Ainda é muito cedo para avaliar resultados concretos de mudanças que o governo está promovendo e a maneira como o mercado vai absorvê-las”, explica o presidente da ABAD, Emerson Destro.
Cláudio Czarnobai, líder para o varejo tradicional da Nielsen, também vê a participação do Atacado no consumo como uma movimentação alinhada à economia. “O setor tem para este ano uma expectativa mais otimista, mas sem indícios de grande crescimento ou de grande transformação.”
REPRESENTATIVIDADE
Os resultados confirmam a importância da região Sudeste, que concentra a maior parte do PIB nacional; por outro lado, os números da pesquisa indicam que as empresas respondentes no Norte cresceram 9%, abaixo da média nacional (10,1%).
Outros dados trazidos pelo estudo corroboram a tendência, já verificada nas pesquisas anteriores e que se consolida, de crescimento mais acentuado nas empresas de porte médio, que atendem apenas um estado. Essas são em maior número no estudo e também cresceram 12,1%, acima da média nacional, indicando a descentralização/regionalização do setor.
NÚMEROS DO SETOR
(Crescimento em relação a 2017)
- Faturamento total: R$ 261,8 bilhões
- Crescimento real: 0,6% em relação ao ano anterior
- Crescimento nominal: 6,9% em relação ao ano anterior
- Participação no mercado mercearil: 53,7%
- Pontos de venda atendidos: 1.071,671
- Áreas de armazenagem: 15,1 milhões de m2
- 360,7 mil Funcionários
- 58,5 mil Vendedores diretos
- Representantes Comerciais/Autonômos: 59,6 mil
- Frota de veículos (próprio+terceirizados): 100 mil
Fonte: ABAD/Nielsen
SETOR NO BRASIL
Atacadista generalista com entrega
Compra e vende produtos de fornecedores da Indústria sem vínculo de exclusividade ou de território. Faz a venda ao varejo por meio de visitas de RCAs/vendedores e entrega no estabelecimento do cliente varejista. Atende principalmente o pequeno varejo independente. Tem custos com vendedor e entrega.
Atacadista de autosserviço
Compra e vende produtos de fornecedores da indústria sem vínculo de exclusividade ou de território.Nesta modalidade, o cliente vai até a loja, paga na saída e transporta as compras em veículo próprio.
Não tem custos com vendedor e entrega.
- CASH & CARRY – Mais de 50% das vendas feitas a pessoa jurídica
- ATACAREJO – Mais de 50% das vendas feitas a pessoa física
- BALCÃO – No caso do balcão, o cliente tem a assistência de um atendente.
Distribuidor (especializado ou exclusivo)
Compra e vende produtos de fornecedores da indústria, com os quais possui vínculo de exclusividade, fazendo a venda ao varejo por meio de visitas de RCAs/vendedores e entregando no estabelecimento do cliente varejista. A exclusividade pode ser por:
- MARCA, EMPRESA OU REGIÃO
- CATEGORIA DE PRODUTO – Ex.: bebidas, limpeza, higiene pessoal, cosméticos
- CANAL – Ex.: farma, hotel, restaurante, padaria etc.
Agente de serviços
É remunerado por comissão sobre volume de serviço prestado, em diversas áreas:
- ÁREA COMERCIAL (BROKER/RCA): Faz a operação comercial e financeira, desempenhando as funções de vendas e cobrança.
- OPERADOR LOGÍSTICO (CD/FROTA): Realiza funções de distribuição física dos produtos e também de movimentação e armazenagem de cargas para a indústria, que assim não precisa manter depósito na região em que atua seu operador logístico.
- MERCHANDISING (PROMOTORES): Realiza atividades no ponto de venda (PDV) que visam promover marcas e produtos com o objetivo de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores.
CATEGORIAS EM DESTAQUE
O levantamento tem o importante papel de orientar atacadistas e varejistas na composição do melhor sortimento e oferecer parâmetros para definição das melhores estratégias de distribuição e exposição de produtos.
O estudo é também bastante interessante para a própria Indústria, que a partir da performance de seus produtos no ponto de venda pode reelaborar suas estratégias comerciais e de marketing.
Conheça o resultado da mais recente pesquisa Categorias em Destaque:
Pesquisa da Nielsen revela as categorias de produtos que mais cresceram no pequeno varejo.
São Paulo, 28 de novembro de 2016 – A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD) divulgou no Encontro de Valor ABAD 2016 o resultado do estudo “Categorias em Destaque”, elaborado pela Nielsen. O presente levantamento mostra as categorias de produtos que cresceram em volume e valor em cerca de 400 mil pontos de venda do pequeno varejo pesquisados em todo o Brasil. Uma análise relevante de produtos que caminharam na contramão da tendência de queda do consumo em um cenário de dois anos seguidos de retração em volume.
A análise foca o pequeno varejo (tradicional + 1 a 9 checkouts) que responde por 58% do faturamento total dos canais de venda. Desse universo, a pesquisa apontou as 15 categorias que mais cresceram em volume e valor.
O estudo da Nielsen, que compara o primeiro semestre de 2016 com o mesmo período de 2015, mostra que a cesta mercearia salgada é a menos impactada no pequeno varejo, com crescimento de 9,9% em valor, seguida por mercearia doce (+8,7%), higiene e beleza (+7,1%) e limpeza do lar (+5,4%). O crescimento médio das cestas no período foi de 5,1%. Outras cestas ficaram abaixo da média: bebidas alcoólicas (+3,9%), bebidas não alcoólicas (+2,2%), perecíveis (+3,2%) e outros (+1,3%).
Em volume, todas as cestas apresentaram perdas. Na média, tiveram queda de -4,7%. A cesta mercearia salgada novamente foi a menos impactada, com retração de -2,5%. Bons exemplos de crescimento dessa cesta são as categorias molho de tomate, que cresceu +7,2% em valor e +2% em volume, e óleo e azeites, com alta de +19,4% em valor e +2,4% em volume.
Outras categorias que apresentaram crescimento no pequeno varejo em volume e valor foram: repelentes, inseticidas, café, leite em pó, água mineral, margarina, creme de leite, aguardente
de cana, esponja sintética, alimentos para gatos, pudim/gelatina, limpador de banheiro e farinha de trigo.
A pesquisa da Nielsen também mostra que a indústria tem apostado em tamanhos maiores e aumento de ofertas e embalagens promocionais e se adaptado ao novo cenário de consumo que valoriza, sobretudo, o custo-benefício, com crescimento das marcas low price.